“CANÇÃO AO MAR (Mar Eterno)”
“Canção ao mar (mar eterno)
Morna de Eugénio Tavares
Oh! Mar eterno sem fundo
Sem fim
Oh! mar de túrbidas vagas
Oh! mar
De ti e das bocas do mundo
A mim
Só me vêm dores e pragas
Oh! mar!
Que mal te fiz oh mar, oh mar
Que ao ver-me pões-te a arfar, a Arfar
Quebrando as ondas tuas
De encontro às rochas nuas
Que até parece oh mar, oh Mar
Um coração a arfar, a arfar
Em ondas pelas fráguas
Quebrando as suas máguas
Dá-me notícias do meu amor,
Amor,
Que um dia os ventos do céu
Oh dor!
Nos seus braços furiosos
Levaram
E ao meu sorriso, invejosos,
Roubaram
Não mais voltou ao lar, ao lar
Não mais o vi oh mar, oh mar,
Mar fria sepultura
Desta minha alma escura
Roubaste-me a luz querida
Do amor,
E me deixaste sem vida,
No horror
Oh! alma da tempestade,
Amansa,
Não me leves a saudade
E a esperança
Que esta saudade, é quem, É quem
Me ampara tão fiel, fiel
E como a doce mãe
Suavíssima e cruel
Mas máguas desta aflição
Que agita
Meu infeliz coração,
Bendita seja esperança
Que ainda
Lá me promete a bonança
Tão linda
Suspende a zanga um momento
Escuta
A voz do meu sofrimento
A luta
Que o amor acende em meu Peito
Desfeito
De tanto amar e penar
Oh mar!
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